Rogéro Ceni: sua vibração transformou o time na Libertadores. |
Desde o ano passado, as imprensas de São Paulo e do Rio de Janeiro, já sabiam quem seria o campeão da Taça Libertadores da América. Com base no que se publicava nos jornais, revistas e de forma absolutamente massante na TV, cheguei a pensar que não era mais necessário o campeonato e que deveriam dá-lo definitivamente ao(s) escolhido(s) pela mídia futebolística. Pois é... o mundo do futebol é algo fascinante por um motivo apenas: é dentro de campo e na bola, que as coisas se resolvem. E 2010 é mais uma prova incontestável disso!
Em meio a planos mirabolantes de times montados como verdadeiros “Frankensteins” (com muita força, pouca inteligência e grande teor afetivo), e principalmente cavalgando nestas “mídias” cuja vendagem de jornais e audiência de TV para as massas torcedoras, explica tamanho interesse em desprezar os demais concorrentes, para ressaltar o que havia de menor e mais tacanho dos “baluartes populares”, uma vez que, mais importante do que o planejamento dos clubes participantes como um todo, era o cotidiano (muitas vezes abaixo da linha do medíocre) dos clubes que vestiram a camisa das “cruzadas” pela “nação sofrida” a que representam. Mas os meandros do futebol vão além disso.
Nos bastidores do pais-escola da arte de jogar bola, lutas políticas e infindáveis tentavam a todo custo, tirar da cidade de São Paulo e mais especificamente do estádio do Morumbí, o direito a sediar jogos, pois interesses gerais para estádios novos, atravessavam a todo momento o caminho (a possibilidade de desviar recursos e favorecer outros clubes “interessados”). O clube, que paralelamente ao projeto da Copa, tentava montar seu time para disputar mais uma Libertadores, acabou por formar também seu “Frankenstein”. Mas existe uma diferença: o monstro quando não está sentado no colo de uma imprensa, por não ter a mesma vendagem de jornais, imagens e programas como “os escolhidos”, precisa tirar do si próprio, algo diferente. E foi assim que aconteceu.
Longe de apresentar um futebol vistoso ou técnico, o São Paulo classificou-se em primeiro na fase inicial, podendo assim, a comissão técnica repensar sua forma de jogar, e os jogadores decidirem se vestiriam a camisa ou não. Mas ainda não havia sido o suficiente. Nas oitavas, um empate sofrido e sem gols, em Lima, no Peru, diante do enjoado Universitário, decidimos a vaga em casa. E neste momento, após novo empate e com a decisão indo para os pênaltis, é que as coisas começaram a mudar: diante de quase 44 mil pessoas, Rogério Ceni, símbolo do time, perdeu a primeira cobrança. O silêncio foi absoluto. Quando ele recostou sua cabeça na trave e conversou alguns segundos consigo, uma nova história começava. O tricolor venceu esta decisão e, o goleiro apresentou o saldo de dois pênaltis defendidos. E o espírito de equipe e a história de conquistas, renasceu!
Nosso algoz de 2009 , o Cruzeiro, valendo-se de um Mineirão lotado, nos apertou no primeiro jogo das quartas. Mas a estréia de Fernandão e a grande atuação da defesa, nos garantiu outro jogo sem levar gols, mas com dois marcados: Hernanes de Dagoberto. Até que no jogo da volta, apresentando sua melhor partida na competição, fizemos novamente 2 a 0 e, novamente com participação incrível de Fernandão e gols de Hernanes e Dagoberto. Agora nos resta o Internacional, que nos derrubou em 2006. Só que a arma que eles usaram, agora é nossa!
Independente de conquistar ou não este título, os adversários que não derrubamos, caíram por si. Em nosso FRANKENSTEIN, cada pedaço do corpo se reconheceu como parte, tem adquirido inteligência e dosado a força. E mais importante do que tudo isso: vestiu a camisa do São Paulo Futebol Clube, tricampeão da Libertadores da América. Tu és forte, tu és grande!
Por Adriano Tardoque
Muito phoda teu comentário, irmão. Que nosso Frankenstein realmente prevaleça.
ResponderExcluirAbs e saudações tricolores.
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